Faço parte do seleto grupo que adora caramelos. Somos quase uma confraria que não resiste ao barulhinho do celofane desvendando o caramelo. Já reparou que os caramelos sempre estão embalados em papel celofane ? Mistério? Não, é só para não grudar, e ainda assim eles grudam, melam tudo, sujam o fundo da bolsa, denunciam as mãos carameladas.
Amo – indistintamente. Macios que desmancham na boca, duros e grudentos que quase arrancam a obturação do dente, bem açucarados ou recoberto com chocolate ao leite. Mas, claro que tenho um favorito, o caramelo toffee da Bhering . Tem gosto da minha infância. Meu pai trazia de Petrópolis, especialmente para a filhota querida.
Perdi a conta de quantos papeizinhos guardei dentro dos livros da escola numa tentativa vã de perpetuar o prazer. Ainda, hoje, acontece de abrir um livro de poesias ou um dicionário e cair uma chuva de papeizinhos azul profundo bolinhas brancas.